Com o surgimento da lâmina de barbear descartável, a profissão de barbeiro foi se perdendo ao longo dos tempos e as barbearias tradicionais desaparecendo na cidade de Conceição, assim como em várias outras cidades.
No entanto, Sebastião Luiz Nascimento, mais conhecido como ‘Sebastião Bento’, resistiu às mudanças dos tempos e permaneceu com sua barbearia aberta até o último dia de sua vida.
Ele faleceu, aos 77 anos, na última quinta-feira(3) e praticamente encerrou o ciclo dos tradicionais barbeiros em atividade na cidade de Conceição, profissionais que usavam ainda a gilete como instrumento de trabalho.
Ao lado de outros barbeiros, como Etevaldo Frade(aposentado e parado da atividade), Zé Mandú(falecido) e outros. Sebastião Bento escreveu uma página na história da cidade de Conceição, sobretudo na sua atividade, onde adquiriu sua fonte de renda e conseguiu o sustento de sua família, esposa, 4 filhos e um neto criado como filho(Vando Bahia).
A tesoura e a gilete, que agora ‘choram de saudades’ se fizeram presentes na vida de Sebastião Bento por 60 anos de sua vida, tempo em que ele exerceu com muita dedicação a sua profissão.
Neste dia 3 de setembro de 2015 a cidade de Conceição ficou órfã de barbeiros tradicionais, que usavam a gilete como único instrumento de trabalho, quando o assunto era barba.
Há cerca de 3 meses, a esposa de Sebastião Bento, a enfermeira Joselina Alexandrina, mais conhecida como 'Dona Dindinha', já havia também falecido. “Talvez a saudade, angústia de quem vive”, como dizia o poeta, tenha sido a verdadeira causa da morte do senhor Sebastião Bento. Ele foi sepultado na última sexta-feira(4), no cemitério local.
Por Gilberto Angelo