No nosso dia a dia, costumamos utilizar os mais variados produtos industrializados e com composições químicas complexas para realizarmos as mais simples ações.
Atualmente, praticamente para cada atividade que executamos existe um produto correspondente que existe justamente para cada propósito específico.
Se quisermos, por exemplo, melhorar a aparência dos móveis, existe um produto para lustrá-los; se o objetivo é deixar os sapatos brilhantes, também temos a graxa adequada, dentre outras situações. Vídeos abaixo mostram exemplos; mesmo em inglês, eles são bem didáticos.
Como se não bastasse toda a química envolvida, imaginem que a maioria desses produtos é vendida em embalagens plásticas que nem sempre são reutilizadas ou descartadas de forma que não agridam o meio ambiente, visto que levam centenas de anos para se decompor. Um estudo publicado na revista ‘Science’, da professora de engenharia ambiental Jenna Jambeck, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, estimou que, apenas em 2010, 275 milhões de toneladas de lixo plástico foram geradas em 192 países costeiros. Desse montante, de 4,8 a 12,7 milhões acabaram chegando aos oceanos.
Penetrando no ecossistema marinho, esses produtos acabam entrando em contato com os seres que nele habitam, trazendo-lhes, muitas vezes, péssimas consequências. Essa realidade está mais próxima do que imaginamos. Basta observar, por exemplo, a alta quantidade de tartarugas marinhas que já foram encontradas mortas, inclusive em território paraibano, após a aproximação ou ingestão de material plástico.
Diante desse panorama em que o consumo humano acaba ultrapassando a velocidade que a natureza tem para se recuperar, a WWF, organização não governamental presente em 130 países, que tem como missão global conter a degradação do meio ambiente e construir um futuro em que o homem viva em harmonia com a natureza, lançou, a partir da seccional presente na Austrália, uma campanha bem humorada intitulada “Just”, que pode ser traduzida para o português como “Apenas” ou “Somente”, onde, através de vídeos de curta duração no site Youtube, ensina como podemos adaptar hábitos do cotidiano com a utilização de recursos simples e naturais que encontramos nos mesmos supermercados dos produtos que já usamos.
Além de práticas e funcionais, as dicas podem, por que não, sair até mais em conta que os materiais convencionais, sendo também pequenas mudanças que poderão criar um futuro mais limpo e sustentável para a natureza, garantindo também a existência do ser humano e das demais espécies, já que pode parecer que estamos caminhando no sentido contrário. Uma pesquisa da WWF em 2014 indicou que a demanda de consumo de recursos pelo homem é 50% maior do que os ecossistemas do planeta possam sustentar.
Portanto, a utilização de alternativas que possam parecer simples pode ser um grande passo para que um equilíbrio possa ser restabelecido. Segundo a campanha, uma casca de banana pode ser muito bem utilizada para dar um trato naquele sapato de couro. Ou mesmo suco de limão misturado com água se torna ideal para a limpeza de vidros. Confira detalhes nos vídeos abaixo (estão em inglês, mas são de fácil compreensão) e acompanhe as descrições de cada um na parte inferior dos mesmos.
Neste primeiro exemplo, a campanha explica como substituir graxa de sapato pelo uso de uma simples casca de banana. Na dramatização, o narrador do vídeo convence o ator a comer a banana. Em seguida, aconselha que ele esfregue a casca no sapato e depois passe um pano limpo. O resultado é um calçado brilhoso e com aparência mais nova.
O segundo exemplo da nossa lista traz a possibilidade de substituir líquido para limpar vidros por limão e água. O narrador pede que o ator corte a fruta ao meio e a esprema. Em seguida, o suco retirado é misturado à água. E pronto. A solução já poderá ser aplicada em superfície de vidro.
E as alternativas não se limitam a ações de limpeza, havendo também meios de tratar da nossa saúde, como a utilização de casca de laranja como repelente de insetos ou mel de abelhas como alívio para queimaduras. Veja abaixo.
Neste terceiro caso, a WWF mostra como podemos substituir um repelente de insetos por uma laranja. O narrador pede que o ator descasque a fruta e esfregue a casca na pele exposta. Um repelente, simples, prático e natural e eficiente.
Na última situação listada nesta matéria, a ONG explica como o mel de abelhas pode funcionar da mesma forma que uma pomada para alívio de queimaduras. Com o dedo queimado (simulação) o ator coloca o mel no ferimento. A dramatização, em seguida, de forma bem humorada, leva o ator a agradecer o trabalho de uma ‘abelha’.
Em contato com o Portal Correio, a WWF no Brasil disse que não há, em nosso país, uma ação semelhante à que vem sendo realizada na seccional australiana, pois cada unidade da ONG pelo mundo também realiza ações individualmente. No entanto, a entidade relacionou ao tema ações realizadas pelo programa Água Brasil, uma iniciativa do Banco do Brasil em parceria com a WWF-Brasil, a Fundação Banco do Brasil e a Agência Nacional de Águas.
Buscando a conservação da água em nosso planeta, também trata de forma educativa e oferece dicas de como fazer uma coleta seletiva e descartar resíduos sólidos de forma adequada, detalhando o ciclo de vida dos produtos que consumimos e descartamos. Confira as explicações no vídeo abaixo:
Por Gustavo Medeiros